2007/12/27

Carta aberta ao Sr. Dr. ... ... Baptista Bastos



Bom dia!

Para que não restem dúvidas eu, no 25 de Abril, ainda mamava (leite materno - para que fique explicito). O Sr. mamaria... cigarros e muito bem!

Da notícia da sic noticias, que muito me espantou, consigo retirar alguns excertos que, espero eu, estejam totalmente fora do contexto, ou então, que nao tenham nada a ver com a lei do tabaco.


"Trabalhava no jornal, depois ia para casa escrever livros e escrever outras coisas", adianta o jornalista e escritor, explicando que quase acendia os cigarros um com o outro e que até tinha um cinzeiro muito especial, "que era um cinzeiro que eu dizia que me dava sorte".

--> Está em sua casa onde continuará a ser perimitido fumar. Pode acender 2 ou 3 cigarros de uma vez, mastigar um maço ou, como diz um amigo meu, embrulhá-los acesos num bocado de arame farpado ferrugento embebido em sal e dar-lhe a utilidade que lhe apeteça na sua "propriedade privada"



"Mas uma dia, ia a subir os degraus e, degrau a degrau, fiquei com extrema dificuldade em respirar. Veio-me logo à ideia de que era do excesso de tabaco",

-> Este paragrafo prova que nem todos os neurónios do Sr. estariam afectados possuido ainda discernimento para, contra tudo e contra todos, observar uma consequencia do seu hábito tabágico que, surpreendentemente, coincide com todos os estudos que tem vindo a ser feitos sobre o tabagismo.

Apesar desta sua experiência (ou talvez por causa dela), Baptista-Bastos discorda da nova legislação sobre o tabaco. "A lei - enfim, esta dita lei - parece-me extremamente fundamentalista. Porquê? Porque eu sou contra qualquer espécie de proibição".

-> Ora aí está uma verdadeira maravilha. Portanto, se eu quiser, posso atropelá-lo ou dar-lhe uns valentes tabefes que, só não dou, pela sua idade e porque usa óculos e penso que me aleijaria a mão. De uma maneira mais suave posso, caso esteja com uma valente gripe, tossir-lhe para cima a ver se lha pego porque neste caso ainda não há qualquer lei que me impeça de o fazer.

"O corpo é a única propriedade privada de que dispomos. Nós é que dispomos dele", argumenta o jornalista e escritor.


-> Caro escritor, pensador. Admiro o pouco que conheço da sua obra e, por mim, poderá dispor do SEU corpo como quiser mas, os restos do seu prazer (agora ex-prazer) nao tem nada que afectar o MEU corpo. Ninguém o impede de fumar. O que o impede é obrigar a que, com o seu fumo eu, no futuro, tenha que retirar um pulmão porque, lá por o Sr. não gostar do SEU corpo, eu até gosto do meu e agradeço que, não querendo eu fumar, nao me obrigue o Sr. a fumar. Penso que o tabaco deveria de passar a ser distribuido em forma de garrafas de fumo e assim ninguem faria mal à "única propriedade privada de que dispomos".

Obrigado e cumprimentos,


Nota: Uma piada imensa que eu acho aos fumadores é que, socialmente, a uma mesa de café, fazem duas coisas engraçadas:
- quando tem o cigarro pousado na mesa, na sua frente, tendem a abanar com a mão o fumo que sai do seu próprio cigarro porque até a eles incomoda.
- quando o cigarro está ao lado tendem a afasta-lo da mesa para não incomodar os amigos sociais mas afectando os desconhecidos que estão ao lado ou na mesa de trás.